No dia 28 de Setembro, comemorou-se na República Tcheca o dia do São
Venceslau, patrono da nação tcheca. Antes de se tornar santo,
ele era um rei tcheco muito religioso e tolerante demais com inimigos, comportamento pouco comum e prático na Idade
Média. No ano de 1077, Venceslau foi assassinado pelo próprio
irmão, menos religioso, porém mais hábil na arte de governar. A
data da morte desse rei, posteriormente santificado, é
comemorada anualmente na cidade de Stará Boleslav, onde
ocorreu o crime entre os irmãos,com procissão que carrega o
crânio do santo. Sendo esta uma das mais importantes comemorações cívicas tchecas, além dagrande missa, em geral,
o povo assiste a discursos de políticos na praça principal. Neste
ano, às vésperas das eleições presidenciais, além do presidente Václav Klaus, compareceram ao evento vários candidatos ao posto principal do governo tcheco.E para diversão do povo, o lado profano da festa se estendeu por três dias com muita música, comida e bebida, complementos esses nada religiosos.
No dia 2 de Outubro, foi aberto solenemente no Conjunto Cultural Banco do
Brasil, o festival de cinema tcheco intitulado SVERÁK - Pai e
Filho. O nome é uma alusão a Zdenek e Jan Sverák, dois grandes
cineastas tchecos. O evento contou com a presença de
numeroso público brasiliense, ávido de conhecer grandes obras
da cinematografia mundial produzidas por artistas tchecos.
Neste final de semana, os amantes da sétima arte terão a última
oportunidade de assistir aos filmes desse Festival. Neste sábado,
haverá uma maratona de quatro filmes: às 15 horas, O Retorno
de Kuky, às 17 horas, Mudança Relâmpago, às 19 horas,
Garrafas vazias e às 21 horas, O Passeio. Amanhã, às 17 horas,
reprise de O Retorno de Kuky, 9 horas Lições da Infância e às
21 horas, encerramento do festival com o filme Papai. Os filmes têm legendas
em português (nem todo mundo aqui fala tcheco) e a entrada é franca. As apresentações
no CCBB é uma parceria com a Embaixada da República Tcheca. Juntos organizaram
esse importantíssimo evento cultural.
Os interessados podem acompanhar a programação pelo blog
brasilrepublicatcheca.blogspot.com, ou pelo site www.bb.com.br/cultura/
Amanhã comemora-se o dia nacional tcheco, ocasião em que se
relembra a fundação da Tchecoslováquia em 1918. Até aquele ano, existia um
reino tcheco, ás vezes independente, às vezes subordinado a vizinhos poderosos.
Por cerca de 400 anos, de 1526 a 1918, o reino tcheco viveu incorporado ao
império Astro-Hungro governado pela família de Habsburg. Durante o domínio, os austríacos
tentaram de todas as formas “germanizar” o povo tcheco e convertê-lo á religião
católica. Terminada a Primeira Guerra Mundial, o povo tcheco reconquistou sua
independência, libertou-se do jugo austríaco e criou a primeira república
chamada Tchecoslováquia, unindo a Boêmia, a Morávia, (que abrigam o povo
tcheco), a Eslováquia, e o povo de uma pequena parte da Rússia, que se situava
aos pés das montanhas chamadas “Carpatas”.
Para presidente da nova república foi eleito o professor
Tomás G. Massaryk, um filósofo e intelectual de grande prestigio na comunidade
internacional daquela época. As regiões da Boêmia e da Morávia, dentro da
República, eram fortemente industrializados e tinham relativamente alto padrão
de vida. Já a parte eslovaca, de forte influência húngara, era mais agrícola.
Durante os 20 anos seguintes a Tchecoslováquia desenvolveu ainda mais o parque
industrial e o sistema democrático formado por um parlamento, partidos
políticos, primeiro ministro e presidente. Com a ascensão de Hitler ao poder na
Alemanha vizinha, a minoria alemã que vivia na Tchecoslováquia começou a
organizar um movimento contrário ao governo, que culminou, no ano de 1938, com
a anexação da parte da República Tcheca ao 3º Reich de Hitler. A parte eslovaca
proclamou sua independência, criando o estado Eslovaco, e se aliou a Hitler. E
assim terminou a primeira República da Tchecoslováquia, cuja fundação, no dia
28 de outubro de 1918 está sendo comemorada. 
