sexta-feira, 3 de junho de 2016

Notícias Tchecas

   
  No ano passado o povo tcheco relembrou os 600 anos da morte trágica, ocorrida em 1414, do padre tcheco Jan Hus, o primeiro grande reformador religioso tcheco. Hus antecipou as idéias de Martino Lutero, que, somente em 1517, cem anos depois, publicou os 95 argumentos contra o comportamento da Igreja Católica. Hus condenava a venda de perdões de pecados, de cargos eclesiásticos e defendia a Bíblia como o único sustentáculo da fé, em oposição aos editos e encíclicas  dos papas. Os três fundamentos nos quais se  baseava para as pregações eram a graça, a fé  e  a  Bíblia. Seus  sermões  na Capela de Belém, em Praga, eram   procurados   e    assistidos    por    pobres,   ricos    e   nobres.
E assim, os ensinamentos do padre se espalhavam por todo o território tcheco, fato que incomodou a direção da Igreja Católica. Acusado de heresia, foi condenado a morrer queimado na fogueira, e no dia 6 de julho de 1415, na cidade de Constança, foi imolado vivo. Sua morte provocou um levante no reino tcheco e resultou na instalação do primeiro estado protestante na Europa que prevaleceu por cerca de 200 anos até    1620    quando,   numa   batalha   na   Montanha    Branca, 
situada perto de Praga, as tropas protestantes tchecas foram derrotadas pelo exercício católico, liderado pelo imperador Austríaco, que incorporou o Reino Tcheco e proibiu a fé protestante. Além do principal mentor da reforma protestante, o padre Hus foi professor universitário, tradutor da Bíblia para a língua tcheca e principal intelectual da época. Para o povo tcheco ele é o símbolo da cidadania tcheca.