Milan Kundera é o escritor contemporâneo tcheco mais venerado no mundo da literatura. Os 85 anos, que completou em 1º. de abril, foram comemorados com o lançamento de mais um livro “La Fete de I’insignifiance (A Festa da Insignificância) escrito em francês. Aliás, Kundera é um caso ímpar. É considerado um dos melhores escritores tchecos, país onde nasceu e publicou parte das suas obras, e também um grande escritor francês – ele se naturalizou em 1981. A obra, já elogiada pela crítica especializada baseada na tradução para italiano que antecedeu o lançamento do original em francês, disseca a insignificância na história o nos comportamentos humanos mostrando a sua importância nunca antes focada. Em paralelo destaca a sexualidade, nudez, erótica e o umbigo, símbolo do desejo sexual – conforme o autor.
Kundera começou sua carreira literária em 1953 com uma coletânea de poesias celebrando o sistema comunista vigente na então Tchecoslováquia, na época. Mais tarde, ele se desencantou com o pseudo-socialismo e começou a criticar nas as práticas ditatoriais do sistema, brilhantemente mostradas no livro “A Brincadeira” publicado em 1967, e traduzido para várias línguas, inclusive para o português. A reação dos governantes foi dura. Ele foi demitido e, a partir de 1970, ficou desempregado, vivendo de bicos de traduções. Em 1975 emigrou para a França, E, quando criticou Husák, o presidente tcheco da época, perdeu a cidadania tcheca. Dois anos depois, a França adotou esse fugitivo e lhe deu a cidadania francesa. Desde 1993 ele escreve sua obra em francês, e escreve tão bem, que ganha prêmios como um grande escritor da língua francesa.