Em 14 de março, reuniram-se na prefeitura da Cidade Antiga, bairro histórico de Praga, signatários do manifesto conhecido como Charta 77. Esse documento surgiu em 1º de janeiro de 1977, durante a opressão implacável do regime comunista, reinante naquela época na então Tchecoslováquia. O documento foi assinado por alguns dos principais políticos, escritores e intelectuais da época, que tiveram a coragem de contestar a falta total de liberdade e de democracia no país. A repressão do governo totalitário foi dura, muitos desses signatários foram presos e torturados (entre eles o então futuro presidente tcheco Václav Havel), e outros perderam o emprego ou conseguiram emigrar. O pai do documento, o professor Patocka, não sobreviveu ao interrogatório e faleceu na prisão. Nesta semana foram organizadas várias palestras e atividades culturais com a finalidade de relembrar esses acontecimentos e, principalmente, de inteirar sobre os fatos a nova geração que não conhece o passado heróico daqueles verdadeiros democratas.
No mundo, cada povo tem suas preferências estéticas, políticas, religiosas e gastronômicas. A França é conhecida pela qualidade dos vinhos e queijos que produz, a Escócia, pelo whisky, o Brasil, pela cachaça. Embora não seja famosa pela gastronomia, a República Tcheca tem excelente reputação no que diz respeito à cerveja. A mais famosa delas completa neste ano, 170 anos de fabricação. É a Pilsen Urquell. A palavra pilsen, que consta na maioria das vinhetas de cervejas brasileiras, é originalmente o nome de uma cidade tcheca, Plzen, onde se produz essa famosa cerveja, considerada pelos especialistas uma das melhores, se não a melhor, cerveja do mundo. As cervejas tchecas, (existem mais de 150 marcas) são, em geral, bem encorpadas e têm um sabor acentuadamente mais amargo do que as cervejas fabricadas no Brasil. Os tchecos adoram suas cervejas e aproveitam qualquer oportunidade para apreciá-las. O resultado dessa paixão é o consumo anual de 160 litros de cerveja por habitante, incluindo os recém-nascidos, dando aos tchecos o primeiro lugar no mundo em consumo de cerveja por habitante. Nessa estatística, não constam os litros consumidos pelos turistas, em especial os ingleses, que cruzam o canal da Mancha e viajam à República Tcheca nos fins de semana só para tomar as autênticas Pilsens nos aconchegantes barzinhos de Praga e de outros cidades tchecas. Este ano, diante da importante data, o consumo certamente aumentará.