Na República Tcheca, o dia 27 de junho é dedicado à lembrança das
vítimas da opressão comunista instalada após a tomada de poder, em 1948.
Naquela época, foram abertos processos contra pessoas consideradas inimigas do
novo regime. As falsas provas, torturas e a legislação criada para dar aspecto
legal às essas atitudes resultaram em condenações pesadas de pessoas totalmente
inocentes, entre elas a doutora Horáková, única mulher executada pelo regime,
há 66 anos. Em Praga, como em outros lugares, a morte dela e de outras vítimas
do terror comunista foi lembrada com atos solenes. A vontade do povo tcheco é
que nunca mais surja um sistema de governo que permita tantas injustiças.
Um dos santos católicos de grande importância na República Tcheca
é São João Nepomuceno, conhecido no país pelo nome original de Jan Nepomuk. Ele
nasceu por volta do ano de 1345, na cidade Nepomuk, no reino Tcheco. Sua fama
ultrapassou as fronteira do país e conquistou adoradores em vários cantos do
mundo. No Brasil, no estado de Minas Gerais, existe, há 201 anos, a cidade de
São João Nepomuceno, fundada em homenagem a ele, que preferiu morrer a trair os
votos sacerdotais. Jan Nepomuk se formou padre e, graças ao talento e
dedicação, galgou altos postos na igreja, alcançando o título de vigário geral da Catedral de Praga.
Seu crescente prestígio culminou com a função de
confessor da rainha, que confiou a ele seus segredos. O marido, o rei Venceslau
IV, conhecido pelos violentos acessos de fúria, foi tomado por uma infundada
desconfiança em relação à fidelidade da esposa e intimou o confessor a
contar-lhe detalhadamente o conteúdo das confissões. O padre se recusou com
firmeza, afirmando o princípio da inviolabilidade de segredo da confissão. Cego
de furor, rei mandou torturá-lo brutalmente. Nem assim conseguiu dobrá-lo.
Então mandou amarrá-lo e o atirar no rio Moldávia, onde morreu afogado em 1383.