A comunidade tcheca de Brasília ficou desfalcada de um dos seus
mais expressivos membros. Faleceu às 10 horas do dia 8 de julho, aos 91 anos, o
escultor e gravurista Milan Dusek. O artista nasceu em Praga, na antiga
Tchecoslováquia, em 1924, e venho para Brasil em 1939, ainda adolescente. Foi
morar no Rio de Janeiro. Em 1972, Dusek mudou-se para Brasília e, desde 1978,
dedicou-se à gravura, pintura e escultura. A obra dele segue a linha do
abstrato, mas encontra uma conexão com o mundo real, ainda que sutil. Seu
trabalho é um exemplo de maestria e excelência técnica que abrem caminho para a
manifestação simples da beleza.
O público brasiliense teve a oportunidade de conhecer a obra de
Milan em mostras individuais em 1983, 1988 e em 2004, esta, na Casa da Cultura
da América Latina da UnB, e em dezenas de participação de mostras coletivas. A
gravurista e professora Leda Watson trabalhou por muitos anos em conexão com o
trabalho de Milan Dusek e acredita que a morte do artista significa uma grande
perda para a cultura brasiliense e brasileira. Ela o avalia como um dos
melhores gravuristas do país, cujo legado é um marco para a cidade e para o
Brasil. A artista e gravurista em metal Rose Frajmund afirmou que ele fazia um
trabalho de gravura sério e meticuloso e que deixou muitos artistas órfãos.