quarta-feira, 27 de março de 2013

NOTÍCIAS TCHECAS – PARA 30 de Março 2013


  O calendário indica que a primavera começou no dia 21 de março, mas a natureza ignorou essa data. Continua um frio intenso na República Tcheca, com a temperatura alcançando quase 20 graus negativos nas montanhas. Lá a neve se mantém entre 50 e 100 centímetros de altura, para alegria dos amantes dos esportes de inverno.  Diversão à parte, fica a preocupação de que toda essa neve se derreta de uma vez, causando inundações nas baixadas. 

     No dia 4 de Abril, na Sala Villa-Lobos no Teatro Nacional, as embaixadas da República Tcheca e da Eslováquia, junto com a Secretaria de Cultura do DF, vão promover um concerto de música de compositores desses países. Os tchecos e eslovacos vão lembrar a separação amigável da antiga Tchecoslováquia, ocorrida vinte anos atrás, que os fez dois países independentes. O ato da separação não afetou a relação fraterna milenar entre os dois povos. Prova disso é essa comemoração conjunta, que é a expressão de uma grande amizade, que está cada vez mais intensa.      
     Um dos pontos altos do concerto será a apresentação de lieder de Antonín Dvorák. Lied é uma canção erudita, composta com técnica apurada dentro de um estilo musical sobre textos de poetas consagrados.  Já a canção popular é mais simples e muitas vezes de autor anônimo. Os grandes mestres do lied romântico foram o austríaco Schubert e o alemão Schumann, Compositores tchecos, porém, não deixaram nada a dever a nenhum deles. O principal representante do lied tcheco é Antonín Dvorak, que encontrou em Brasília um intérprete ideal na pessoa do tenor Sérgio Rhigini, especialista nesse estilo. Acompanhado da virtuosa pianista Alda de Mattos, ele interpretará Canções Ciganas e Canções Bíblicas de Antonín Dvorak, a versão tcheca dos lieder românticos.

     Como já dissemos, o concerto será no dia 4 de Abril, às 20 horas, na Sala Villa-Lobos no Teatro Nacional. A entrada é franca.



quinta-feira, 21 de março de 2013

NOTÍCIAS TCHECAS – PARA 23 de Março 2013


Todo ano, em março, é aberta em Praga uma feira especial. É a feira de São Mateus. Estandes típicos de feira, combinados com um parque de diversão, são montados numa praça ao ar livre, apesar da época, fim de inverno bastante frio. Um dos fatos que diferencia essa feira de outras similares é que a feira de São Mateus tem uma tradição de 418 anos. Haja a tradição.
 
     Como é sabido, Yoani Sanches, jornalista e blogueira cubana,  luta contra a falta de liberdade de expressão no seu país de origem.  Depois de muitos pedidos negados, finalmente conseguiu permissão para viajar ao exterior. Em visita ao Brasil, primeiro país visitado, fez várias palestras e declarações. Em muitas, a cubana enfrentou protestos e até ofensas verbais direcionadas por simpatizantes brasileiros da ditadura cubana, que fizeram uma campanha difamatória contra ela. O mesmo não ocorreu na República Tcheca, o segundo país visitado por ela, onde foi recebida calorosamente. Os tchecos, que sofreram 40 anos da opressão comunista muito parecida com a opressão cubana, entenderam perfeitamente sua mensagem e expressaram total apoio a sua cruzada em favor da liberdade de expressão entre os cubanos. 

     O concerto da soprano tcheca Lucie Silkenova, realizado com a pianista Alda de Mattos no início de março, no auditório da Casa Thomas Jefferson, foi um grande sucesso. A apresentação contou com a participação do Madrigal de Brasília que cantou – em tcheco – Duetos da Morávia, de Antonín Dvorak. O sucesso foi tanto que a Embaixada da República Tcheca e a Embaixada da Eslováquia vão oferecer ao público brasiliense mais um concerto com obras tchecas, desta vez incluindo peças de compositores eslovacos.  O programa, interpretado por artistas locais, é bem variado. Vai desde lieder de Dvorak até polcas tocadas por um quarteto de trompas. Será uma noite imperdível, programada para 4 de Abril na Sala Martins Penna do Teatro Nacional, às 20 horas. 


quinta-feira, 14 de março de 2013

NOTÍCIAS TCHECAS – PARA 16 de Março 2013



 O exercício da função de chefe de estado, além de exigir bastante dedicação, ocupa muito do tempo disponível de seus ocupantes. E como qualquer trabalhador, eles também necessitam de momentos de descontração e relaxamento. Há os que praticam esportes, os que gostam de ler ou de ouvir música. Para este último item, a preferência varia bastante. Alguns gostam de música sinfônica, outros preferem ópera, música popular e até sertaneja. O ex-presidente tcheco Václav Klaus gosta de tal maneira de jazz que, durante sua gestão de 10 anos, organizou uma série de 90 concertos desse estilo, todos realizados no Castelo de Praga, residência oficial do presidente. O último concerto, de despedida, foi no domingo, dia 3 de março, e teve caráter festivo. Além de músicos, muitos artistas, políticos e amigos aproveitaram a oportunidade para homenagear o presidente, cujo mandato terminou no dia 7 de março.



Em 8 de março, Milos Zeman assumiu a presidência da República Tcheca. O ponto culminante de cerimônias desse tipo é o primeiro discurso do novo dignitário. Zeman apresentou oito pontos do seu programa. Entre eles, ofereceu intermediação na solução de divergências políticas, prometeu ser presidente dos cidadãos tchecos, independentemente da preferência política, prometeu trabalhar para a maioria da população e não para as classes privilegiadas, ao mesmo tempo em que prometeu apoio a empresários, cientistas e artistas que proporcionam progresso ao país. Criticou fortemente a imprensa independente que não concorda com suas idéias e atitudes. Comprometeu-se a apoiar a criação de lei sobre obrigatoriedade de justificar a origem da riqueza. Para pessoas que merecem reconhecimento, garantiu distribuir medalhas e comendas. Sobre sua gestão, prometeu prestar regularmente contas ao povo tcheco. A torcida é para que ele realmente cumpra suas intenções e que sua presidência seja profícua e benéfica à nação tcheca.

 


sexta-feira, 8 de março de 2013

NOTÍCIAS TCHECAS – PARA 09 de Março 2013

 
     Quinta-feira passada, 8 de março, foi o último dia de Václav Klaus como presidente da República Tcheca. Depois de dez anos no exercício da função, ele passou a responsabilidade de dirigir o país para o sucessor Milos Zeman, eleito pelo voto popular. Fazendo um balanço da vida pública de Klaus, encontramos pontos positivos como a reestruturação da economia tcheca, destruída durante o regime comunista, e a condução da separação da Tchecoslováquia em dois países independentes, a República Tcheca e a Eslovaquia. Mas, no exercício da presidência, ele defendia posições pessoais muitas vezes destoantes da posição do próprio governo. Klaus foi um crítico rigoroso sobre a União Europeia, da qual a República Tcheca faz parte.  Discordava publicamente do movimento mundial contra o aquecimento global, classificando-o como exagerado. As duras críticas ao seu falecido antecessor, Václav Havel, também não eram internacionalmente bem recebidas e, muito menos, por grande parte da população tcheca, que venera Havel como um grande presidente.

  Mas, a atitude mais contestada foi um dos seus últimos atos na presidência quando, em 2 de janeiro, ele concedeu anistia a 17 mil presos, colocando-os em liberdade. Em datas especiais, diante de uma doença ou de numa situação atípica, o presidente tem o direito de anistiar um ou outro preso. Porém, nunca nenhum presidente anistiou uma quantidade tão grande de criminosos comuns – ladrões, sonegadores e similares, regularmente julgados e condenados por crimes comprovadamente cometidos. Alguns senadores e juízes consideram esse ato como, no mínimo, irresponsável. Já outras autoridades classificam essa anistia como um ato de traição à pátria. É lamentável que a trajetória do ex-presidente Klaus tenha terminado dessa maneira tão melancólica.

sexta-feira, 1 de março de 2013

NOTÍCIAS TCHECAS – PARA 02 de Março 2013


  A última viagem internacional do presidente tcheco Václav Klaus foi nesta semana para a vizinha Eslováquia, onde se encontrou com o presidente eslovaco Ivan Gasparovic. No encontro, os dois mandatários avaliaram as relações entre ambos os países e as classificaram como excelentes. Constataram que a separação da antiga Tchecoslovaquia em estado Tcheco e estado Eslovaco, efetuada há vinte anos, trouxe benefícios para as duas partes. Voltando para Praga, Klaus começará a limpar as gavetas e preparar o discurso de despedida do cargo que ocupou desde 2003. O evento ocorrerá no dia 7 de março, quando será empossado o recém eleito presidente Milos Zeman.
     Lucie Silkenova, a jovem estrela soprano da República Tcheca, brindará o público brasiliense com um lindíssimo recital em que apresentará obras de compositores tchecos famosos, como Janácek, Martinu, Smetana e Dvorak. Lúcia será acompanhada pela destacada pianista brasiliense Alda de Mattos. No final do concerto, se juntará com a cantora lírica tcheca o coral Madrigal de Brasília, sob a regência do maestro Eder Camuzis. Juntos apresentarão Cantos da Morávia, de Antonin Dvorak, e uma peça surpresa. Além do público brasiliense, as platéias de Venda Nova do Imigrante, em Espírito Santo, do Rio de Janeiro e de São Paulo também poderão apreciar a arte dessa brilhante soprano tcheca.
  O concerto em Brasília será no dia 8 de março – sexta-feira – às 20 horas, no auditório da Casa Thomas Jefferson, na Asa Norte. A entrada é franca. Até lá.