Este ano comemora-se o em todo o mundo o ano da Música Tcheca. É quando se homenageiam importantes efemérides: os aniversários redondos de 110 anos da morte de Dvorak, 190 anos de nascimento e 130 anos de morte de Smetana e 160 anos de nascimento de Janacek. Brasília comemorou o Ano da Música Tcheca com um concerto do Trio Smetana, realizado no Auditório da Casa Thomas Jefferson em 25 de abril. O Trio Smetana é um dos mais prestigiados conjuntos de câmara da atualidade, no mundo. Vencedor de vários prêmios internacionais importantes, o trio comprovou sua fama com a apresentação impecável de trios de Smetana, de Dvorak e de Roman Haas, o menos conhecido dos três compositores tchecos.
Ao contrário dos trios em estilo romântico de Smetana e Dvorak, o trio de Haas, intitulado Multicultural Suite, mescla, em três movimentos, Prelúdio e Valsa com Bolero, finalizando com um autêntico Czarda cigano. O resultado é uma composição que possibilitou aos executantes mostrar qualidades técnicas e de musicalidade, características dos grandes virtuoses tchecos. O componente mais antigo do conjunto, fundado em 1934 pelo lendário pianista tcheco Josef Pálenícek, é o filho dele, o experiente violoncelista Jan Pálenícek, líder espiritual do grupo. A solista internacional Jitka Cechová é a responsável pela parte do piano, e se mostrou extremamente precisa e segura, mesmo nos trechos mais difíceis.
A estrela do conjunto é o jovem violinista Jiri Vodicka, que já conquistou lugar entre os mais importantes violinistas tchecos. A afinação perfeita e a técnica impecável, junto com a sensibilidade musical impar, permitiu que Jiri transforme cada frase em pura emoção. A coordenação interpretativa dos três músicos era impressionante. As arcadas, a concepção de cada tema, e até a respiração, davam a impressão de que era uma só pessoa tocando os três instrumentos, simultaneamente. O resultado da noite foi uma apresentação emocionante, aquela que o ouvinte lembrará por anos. E para completar as emoções musicais, a artista plástica tcheca Lucie Jindrák Skrivánková ofereceu emoções visuais, pintando no palco, durante a execução musical, um quadro com vários motivos tchecos e brasileiros, que no final se transformaram em uma representação artística da Catedral de Brasília.