sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Notícias da República Tcheca - Editada dia 5 de Dezembro de 2009

No dia 03 de dezembro, o povo tcheco lembrou a morte de 11 altos funcionários do governo tcheco, condenados à forca 57 anos atrás, em 1952. Em 1946, o partido comunista tcheco assumiu o poder depois de uma eleição democrática, e se tornou o principal partido do país. Seu 1° secretário Klement Gotiwald (imagem) assumiu o cargo de 1° ministro e, em 1948, o cargo de presidente da Tchescoslováquia, que acumulou com o de secretário geral do partido comunista. De origem humilde, Gotiwald começou a trabalhar como operário em uma fábrica. Entrou para o sindicato dos trabalhadores onde galgou todas as funções até chegar à presidência do sindicato, além de assumir principal cargo na diretoria do Partido Comunista Tcheco.

Após a consolidação no poder do partido em 1949, surgiam divergências entre as lideranças do partido e as alas moderadas e radicais e entre as alas mais democráticas e as mais ligadas ao totalitarismo reinante na antiga União Soviética, que era dirigida por Josef Stalin. Essas divergências culminaram com as acusações de traição a 14 líderes comunistas da ala dos moderados. Eles foram presos, torturados e, no final, obrigados a confessar culpas fictícias. Em suas confissões forçadas, disseram que eram espiões, agentes do imperialismo americano, subversivos e traidores da pátria e do movimento comunista. A imprensa, sob controle total do governo, publicava diariamente novas e falsas acusações, insuflando o povo, que clamava por uma condenação exemplar. No dia 21 de novembro de 1952, começou o julgamento formal que culminou com a pena de morte a 11 condenados e a prisão perpétua aos outros três. Os condenados não tiveram direito de recorrer e no dia três de dezembro do mesmo ano, 13 dias após o início do processo, as penas de morte foram executadas. Assim, o grupo de comunistas, liderado por Rudolf Slansky (imagem), pessoas honestas e dedicadas à causa dos trabalhadores e do socialismo, foi liquidado por outros comunistas, liderados pelo presidente Gotiwald, também dedicado às mesmas causas.

Lembrando este triste episódio da história da República Tcheca encerramos a apresentação de hoje, fazendo votos para que fatos dessa natureza jamais venham a se repetir nem na República Tcheca nem em lugar nenhum.

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