O dia 21 de Agosto traz uma triste lembrança para o povo tcheco. É que em 1968, 45 anos atrás, as tropas da União Soviética e do pacto de Varsóvia, compostas por tanques e centenas de milhares de soldados, invadiram a antiga Tchecoslováquia. Os invasores ocuparam a República, prenderam os governantes e instalaram um novo governo, submisso ao comando de Breznev, matando o sonho do socialismo humanitário imaginando pelo então líder tcheco, Alexander Dubcek, que, cheio entusiasmo, patriotismo e esperanças, estava no poder havia apenas sete meses. A concepção socialista do dirigente soviético Leonid Breznev era bem diferente e muito menos democrática. De socialismo só ostentava o nome, pois, na prática, era uma cruel ditadura. A experiência tcheca foi esmagada por ser considerada perigosa, segundo a opinião dominadora dos soviéticos. Demorou 22 anos para que o país reconquistasse a soberania e com isso a independência política, que só aconteceu depois da queda do muro de Berlim.
Verão na República Tcheca é época de vários festivais promovidos ao ar livre. Festivais de ópera, de rock, de música country, de cinema e tantos outros. Há espaço até para festivais exóticos como o que ocorreu esta semana, já pela quarta vez, na cidade tcheca de Liberec. É o festival de Realejo, uma espécie de órgão mecânico portátil, que tem teclado e um ou vários foles, e que toca uma música predefinida quando se gira uma manivela. O numeroso público que prestigiou o evento pôde assistir a artistas de quatro países apresentando performances musicais operando esse instrumento, bastante comum no século dezenove, mas esquecido nos dias de hoje. Houve apresentação de realejos até na igreja local. Paralelamente à parte musical, os visitantes puderam apreciar a exposição de realejos e também de caricaturas históricas de executantes, que no passado eram geralmente militares inválidos e pessoas muito pobres.
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