Notícias tchecas

 Dias atrás, a Embraer apresentou o novo modelo do avião militar de transporte KC-390, produzido em conjunto com a empresa tcheca Aero Vodochody. Os parâmetros técnicos excepcionais são o resultado da cooperação técnica entre os dois países, o Brasil e a República Tcheca, ambos considerados top na indústria aeronáutica mundial.

 O lançamento do novo avião reuniu autoridades brasileiras lideradas por Celso Amorim, ministro da defesa, Suniti Saito, comandante da aeronáutica, e pelos representantes tchecos, brigadeiro Libor Stefánik, comandante da força aérea, e Jirí Havlík, embaixador da República Tcheca no Brasil.  Entre os quase mil convidados de 32 países,  estava o ministro de defesa da Argentina,  país que também participou no desenvolvimento desse extraordinário avião. A produção em série está prevista para 2016. O público presente formado por militares, técnicos, diplomatas e políticos foi unânime na avaliação super-positiva do novo avião.

 A invenção do avião se deu no início do século 20 e é disputada pelos irmãos Wright, que conseguiram, em 1903, voar alguns metros, na Carolina do Norte, Estados Unidos, e pelo brasileiro Santos Dumont, para nós, o pai da aviação,  que,  em 1906, voou cerca de 60 metros a uma altura de 2 a 3 metros, em Paris. Hoje em dia, o avião é um dos mais comuns meios de transporte. Na República Tcheca, o primeiro vôo de avião, construído pelos tchecos J. Kaspar e E. Cihák ocorreu em 1911.

 O parque industrial tcheco daquela época era bem desenvolvido e, assim, a fabricação de aviões em série se desenvolveu logo. A indústria aeronáutica cresceu e conquistou o mercado europeu. Atualmente, a fábrica Aera Vodochody constrói aviões a jato civis e militares e concorre com as principais marcas mundiais.

 Além dos aviões de hélice e a jato, a produção de planadores na República Tcheca apresenta vários modelos usados pelos apreciadores desta modalidade não só na República Tcheca como também no exterior.

Notícias tchecas para 25 de outubro de 2014

No dia 28 de Outubro comemora-se o dia nacional tcheco, ocasião em que se relembra a fundação da Tchecoslováquia em 1918. Até aquele ano, existia um reino tcheco, às vezes independente, às vezes subordinado a vizinhos poderosos. Por cerca de 400 anos, de 1526 a 1918, o reino tcheco viveu incorporado ao império Austro - Húngaro governado pela família de Habsburg. Durante o domínio, os austríacos tentaram de todas as formas “germanizar” o povo tcheco e convertê-lo à religião católica. Terminada a Primeira Guerra Mundial, o povo tcheco reconquistou sua independência, libertou-se do jugo austríaco e criou a primeira república chamada Tchecoslováquia, unindo a Boêmia, a Morávia, (que abrigavam o povo tcheco), a Eslováquia, e o povo de uma pequena parte da Rússia, que se situava aos pés das montanhas chamadas “Carpatas”.

Para presidente da nova república foi eleito o professor Tomás G. Massaryk, um filósofo e intelectual de grande prestígio na comunidade internacional daquela época. As regiões da Boêmia e da Morávia, dentro da República, eram fortemente industrializados e tinham relativamente alto padrão de vida. Já a parte eslovaca, de forte influencia húngara, era mais agrícola. Durante os 20 anos seguintes, a Tchecoslováquia desenvolveu ainda mais o parque industrial e sistema democrático formado por um parlamento, partidos políticos, primeiro ministro e presidente. 

Com a ascensão de Hitler ao poder na Alemanha vizinha, a minoria alemã que vivia na Tchecoslováquia começou a organizar um movimento contrário ao governo, que culminou, no ano de 1938, com a anexação da parte da república Tcheca ao 3º Reich de Hitler. No ano de 1939, os alemães ocuparam o que restava da república. A parte eslovaca proclamou sua independência, criando o estado Eslovaco, e se aliou a Hitler. E assim terminou a Primeira República da Tchecoslováquia, cuja fundação, no dia 28 de outubro de 1918 é comemorada.

Notícias tchecas para 18 de Outubro de 2014

No último dia 13 começou em Praga, na República Tcheca, o Forum 2000, uma conferência internacional  instituída 18 anos atrás pelo então presidente tcheco Vaclav Havel para discutir problemas da sociedade nos países europeus. Durante sua existência vários ex-presidentes, destacados políticos, diplomatas e filósofos participaram de debates, sempre caracterizados pelo alto nível intelectual.  A abertura do Forum 2000 deste ano ficou a cargo do ex-ministro do exterior tcheco Karel Schwarzenberg, que analisou o preocupante desinteresse da população pelos valores democráticos e a grande e crescente descrença na classe dos políticos. Karel constatou que a população já esqueceu a época da opressão comunista, quando todos os preceitos democráticos foram suspensos e, por isso, não dão o devido valor às conquistas democráticas do atual estado tcheco.

O compositor brasileiro Hanon Rossi, aluno do departamento de música da Universidade de São Paulo, conquistou o 1º. lugar na categoria júnior da 5ª. edição do Concurso Internacional de Composição Antonin Dvorak, realizado na República Tcheca em agosto deste ano. E, como prêmio, vai escrever uma obra a ser estreada nos próximos anos pela Sinfônica de Karlovy Vary, aquela cidade de águas termais, que curam quase todas as doenças.  

Notícias tchecas

No último domingo de setembro, dia 28,  uma procissão em homenagem a São Venceslau, padroeiro da República Tcheca, ocorrida na cidade de Stará Boleslav, onde, no ano de 936  ele foi assassinado, culminou com a missa que consagrou uma relíquia com o relevo metálico da Madona com a criança, chamado de Palladium da Terra Tcheca. O orador principal foi o núncio apostólico em Praga,  Dom Giuseppe Leanza, assistido pelo arcebispo cardeal tcheco Dominik Duka. 

A história conta que, na ocasião do batismo da princesa Santa Ludmila, ela ganhou a relíquia de São Metodej e que ela a deu de presente a São Venceslau. O Palladium da Terra Tcheca é um dos símbolos da identidade do povo tcheco. Na época da opressão comunista, a peça foi confiscada e escondida nos cofres da polícia, mas agora voltou ao acervo das relíquias ligadas ao santo protetor tcheco.

O general tcheco Petr Pavel foi eleito para o importantíssimo cargo de presidente do comitê militar da OTAN, a aliança militar do Atlântico Norte.  Na República Tcheca, Pavel ocupa o posto do comandante de tropas tchecas. A eleição de um militar tcheco para coordenar representantes militares de todos os países associados é o reconhecimento do profissionalismo e da eficiência do exército tcheco que, apesar de ser menos numeroso, tem alta qualidade técnica.

Notícias tchecas para 04 de Outubro de 2014

     O concerto de comemoração do Ano da Música Tcheca em Brasília, na última terça-feira, foi um grande sucesso. O evento ocorreu no Teatro Pedro Calmon, onde a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro apresentou-se com obras exclusivamente tchecas. A parte protocolar coube ao embaixador da República Tcheca, Jiri Havlík, que discorreu sobre a tradição musical tcheca e seus principais representantes. O secretário de Cultura, Sr. Hamilton Pereira da Silva, falou sobre o intercâmbio cultural entre sua secretaria e a Embaixada Tcheca, e lembrou o heroísmo do estudante tcheco Jan Palach que se suicidou na praça São Venceslau após a invasão das tropas da União Soviética na então Tchecoslováquia em 1968. 

Em seguida, coube ao professor Bohumil Med, presidente da Sociedade Cultural Brasil-República Tcheca, falar sobre as composições do programa. A diva da noite foi a soprano tcheca Lucie Silkenová, que interpretou a ária “ Ah Tristeza” da ópera “A Noiva Vendida”, de Smetana, a canção orquestral “Flauta Mística”, de Martinu, a ária “Lua na noite profunda” da  ópera  Rusalka, de Dvorak,  e a ária “Isto é o quarto da mãe” da ópera Jenufa, de Janacek. 

Com técnica impecável, afinação absoluta, timbre da voz impar e agudos brilhantes, em contraste com graves potentes, a soprano mostrou a musicalidade característica dos artistas completos. Ela deslumbrou a platéia que a ovacionou longamente de pé. A arte tcheca mais uma vez brilhou em Brasília, provando a justa fama que os músicos tchecos têm nos palcos mundiais. Uma parte do sucesso da noite deve ser creditada ao cônsul da Embaixada Tcheca em Brasília, Viktor Dolista, que, durante meses, preparou pacientemente e organizou os detalhes da vinda da solista ao Brasil, como a divulgação do evento, os contatos com autoridades, garantindo, assim, uma digna comemoração do Ano da Música Tcheca no Brasil.