NOTÍCIAS DA REPÚBLICA TCHECA para 01/09/2012

No último domingo, tchecos e eslovacos comemoraram importante e decisivo encontro ocorrido em 26 de Agosto 1992, vinte anos atrás, entre Václav Klaus e Vladimir Meciar, respectivamente representantes das partes tcheca e eslovaca que formavam os estados federativos da Tchecoslováquia. Após longas e exaustivas discussões, os dois mandatários chegaram, então, à conclusão de que a melhor solução para ambas era a criação de dois estados independentes, a República Tcheca e a Eslováquia. A separação foi oficializada para 1.o de janeiro de 1993. Assim, à meia noite de 31 de dezembro de 1992, após 74 anos de união, desapareceu a Tchecoslováquia. Felizmente o “divórcio” foi amigável e os dois povos vizinhos coexistem em harmonia e paz.

Dez anos atrás, uma grande inundação, resultante de chuvas exageradas, atingiu a República Tcheca e, principalmente, a capital Praga. A água invadiu estações de metrô, museus, teatros e prédios históricos, provocando um desastre de valor incalculável. Para evitar a repetição dessa situação, o governo tcheco está investindo pesadamente na dragagem dos rios e na construção de muros de proteção. Além disso, está treinando a população para situações de emergência.

Terminaram nesta semana, as férias de verão na República Tcheca que duram dois meses com a volta dos alunos aos bancos escolares, e dos trabalhadores e funcionários das mais diversas categorias, às respectivas atividades. No campo cultural, começa a nova temporada 2012/13 teatrais e orquestrais. O Teatro Nacional de Praga vai abrir a centésima trigésima temporada cheia de novidades. A principal é a fusão com a Ópera Estatal, também sediada em Praga. Os espetáculos diários continuarão se realizando paralelamente nos dois prédios, mas as orquestras, coros e corpos de solistas e de baile serão unificados, criando assim uma grande equipe de artistas de primeira categoria.

NOTÍCIAS DA REPÚBLICA TCHECA para 25/08/2012

O dia 21 de Agosto traz uma triste lembrança para o povo tcheco. É que, em 1968, 44 anos atrás, as tropas da União Soviética e do Pacto de Varsóvia, compostas por tanques e centenas de milhares de soldados, invadiram a então Tchecoslováquia. Os invasores ocuparam a República, prenderam os governantes e instalaram um novo governo, submisso ao comando do, à época, presidente russo Breznev, matando o sonho do socialismo humanitário imaginado pelo líder tcheco Alexander Dubcek que, cheio de entusiasmo, patriotismo e esperanças, estava no poder havia sete meses. A concepção socialista do dirigente russo era bem diferente e muito menos democrática. De socialismo só ostentava o nome, pois, na prática, era uma cruel ditadura. A experiência tcheca foi esmagada por ser considerada perigosa, segundo a opinião dominadora dos soviéticos. Demorou 22 anos para que o país reconquistasse a soberania e com isso a independência política, que só aconteceu depois da queda do muro de Berlim.

Todo verão, na Europa, são promovidos vários cursos de aperfeiçoamento para jovens instrumentistas. Um dos mais conceituados desses cursos, realizado na República Tcheca, é dedicado à trompa, instrumento de sopro com longa tradição no país. Trompistas tchecos têm grande prestígio internacional. No século 18, Václav Stich, conhecido artisticamente como Giovanni Punto, foi um dos primeiros virtuoses a se destacar internacionalmente. Amigo de Mozart e de Beethoven, Punto contribuiu para o desenvolvimento da técnica interpretativa desse difícil instrumento. No curso deste ano, quatro estudantes brasilienses participaram pela segunda vez do evento, que reúne excelentes professores de toda a Europa. Durante duas semanas, alunos de várias nacionalidades assistiram à aulas, concertos, debates e apresentações. Os quatro brasilienses, alunos de Stanislav Schulz, tcheco radicado em Brasília e trompista da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, fizeram tanto sucesso, que foram convidados para se apresentar em outras cidades tchecas. Uma das apresentações ocorreu numa cervejaria, na praça principal na cidade de Kolín, onde os sons delicados do instrumento foram intercalados com degustação da incomparável cerveja tcheca. A performance agradou e mostrou que os estudantes aprenderam bem as lições do professor tcheco-brasiliense.

NOTÍCIAS DA REPÚBLICA TCHECA para 18/08/2012

Nos Jogos Olímpicos realizados em Londres, que terminaram no último domingo, os atletas tchecos conquistaram 4 medalhas de ouro, 3 de prata e 3 de bronze, perfazendo um total de 10 medalhas. Na avaliação final ficaram em 17º. Lugar, fato que pode ser creditado como sucesso, considerando a participação de mais de 100 delegações. O Brasil, com um total de 17 medalhas, ficou em 22º. Lugar, três postos atrás dos tchecos que faturaram uma medalha de ouro a mais.

Na 6ª. Olimpíada Internacional de Astronomia, realizada em Vassouras, no Estado do Rio de Janeiro, entre os dias 9 e 13 de agosto, jovens astrônomos tchecos abrilhantaram o evento. Entre os 125 competidores de 27 países, os estudantes tchecos do segundo grau conquistaram 5 medalhas sendo: 2 de ouro, 2 de prata e 1 de bronze. Destacaram-se os tchecos Stanislav Fort que conquistou a medalha de ouro na categoria organização de dados e o segundo lugar na classificação geral, e Jakub Vosmer, que levou a outra medalha de ouro na categoria observação astronômica e ficou em terceiro lugar na classificação geral. Proporcionalmente, os jovens astrônomos tchecos foram mais bem sucedidos que os esportistas participantes das Olimpíadas de Londres.


Completaram, no último sábado, 11 de Agosto, 243 anos de nascimento do imperador francês Napoleão Bonaparte. A data foi comemorada, não só na pátria dele, mas também na República Tcheca, na cidade de Slavkov, localizada perto de Brno, a capital da Morávia. O motivo da comemoração tem a ver com a conquista de uma famosa batalha contra os exercícios russo e austríaco, ocorrida em 1805, exatamente nesta localidade tcheca de Slavkov. E como os tchecos gostam a reviver a história, centenas de voluntários, devidamente paramentados com uniformes da época, encenaram a tal batalha. E para completar a festança, da qual participaram mais de dez mil espectadores, montaram-se uma feira no estilo antigo, com artesões medievais, exposição de quadros, muita música e visita ao castelo local.

NOTÍCIAS DA REPÚBLICA TCHECA para 11/08/2012

Nestas duas últimas semanas, a atenção do mundo tem estado voltada para as olimpíadas realizadas em Londres. Originalmente dedicados a Zeus, os jogos olímpicos, que também incluíam música e canto, eram acompanhados de orações e sacrifícios de animais. As olimpíadas atuais se transformaram num grande espetáculo esportivo com cunho comercial, cujo ideal ficou subjugado pela contagem dos louros e pela ganância dos cartolas. O lema do barão de Cobertin, fundador dos jogos da era moderna, de que “O importante não é vencer, mas competir” hoje em dia só serve como consolo às delegações que menos se sobressaem. Infelizmente, a delegação tcheca é uma delas. Os tempos dos grandes campeões e heróis olímpicos de origem tcheca ficaram para trás. O mais famoso desses campeões foi o corredor Emil Zátopek, apelidado de “A máquina humana”. Nos jogos de 1952, ele ganhou três medalhas de ouro. Uma pela corrida de 5 mil metros, outra pela corrida de 10 mil metros e a terceira pela conquista da maratona, a prova mais difícil de todas. Depois de Zátopek, nenhum atleta repetiu o feito. Na mesma olimpíada, a atleta Dana, mulher de Zátopek, conquistou para os tchecos mais uma medalha de ouro no arremesso de dardo. E, se a exemplo dos tempos antigos, a música também competisse, os tchecos teriam engrossado o quadro de medalhas nos jogos de 1932, realizados em Los Angeles. Foi quando o compositor tcheco Josef Suk faturou a medalha de prata num concurso para escolha da música oficial da abertura dos jogos. Sua marcha festiva “Vida Nova” foi executada várias vezes durante o evento. É uma pena que tudo isso tenha ficado no passado. Resta torcer para que os dias de glória retornem. Para que muitas medalhas voltem a abrilhantar o peito dos nossos atletas e encher o povo tcheco de alegria e orgulho, como ocorreu muitas vezes, em tempos idos.

NOTÍCIAS DA REPÚBLICA TCHECA para 04/08/2012

No último domingo, 29 de julho, tchecos e eslovacos, incluindo gente do povo, personalidades e autoridades reuniram-se numa grande confraternização promovida pela tradicional Festa da Fraternidade. A coexistência entre os dois povos tem longa tradição. No passado, esses vizinhos geográficos e falantes de línguas bem parecidas alternavam a convivência numa estrutura comum, com períodos de separação em unidades independentes. Por duas vezes, tchecos e eslovacos formaram um mesmo estado, a Tchecoslovaquia, e por duas vezes, se separaram, formando as, hoje, República Tcheca e Eslováquia. A última separação ocorreu exatamente 20 anos atrás. Mas as divisões administrativas não abalaram a amizade e o quase parentesco entre eles. Prova disso é essa festa, realizada desde 1845 na fronteira entre os dois territórios na pequena vila de Velka Javorina, mostrando que os laços entre os povos irmãos continuam se fortalecendo cada vez mais.

O Canto Coral tem uma longa tradição na República Tcheca, com frequentes competições entre coros, desde a Idade Média. A musicalidade, natural entre os tchecos, reverte em alto nível artístico, tanto nos coros profissionais como nos amadores. O resultado foi comprovado pela ótima performance tcheca, mostrada no recente campeonato mundial, uma das mais difíceis competições do estilo, realizado este ano na cidade americana de Cincinnati. Concorreram 362 coros de 64 países. Os coros tchecos arrebataram quatro medalhas de ouro, quatro de prata e uma de bronze. Merecem parabéns.

A representação tcheca, presente nesta edição dos Jogos Olímpicos, que está sendo realizada em Londres, conta com 133 atletas. Entre eles participam vários recordistas mundiais com reais chances de medalhas olímpicas, como certamente mostrarão os resultados das competições. Entre as autoridades presentes na cerimônia da abertura, estava o presidente tcheco Václav Klaus, que aproveitou a presença na capital inglesa, para inaugurar a casa olímpica tcheca, um tipo do centro da cultura tcheca, aberta ao público em geral, com apresentações de concertos e shows, exposições e palestras. Lá também funciona um restaurante que, além de comida típica, serve principalmente a mundialmente cultuada cerveja tcheca.