Nestas duas últimas semanas, a atenção do mundo tem estado voltada para as olimpíadas realizadas em Londres. Originalmente dedicados a Zeus, os jogos olímpicos, que também incluíam música e canto, eram acompanhados de orações e sacrifícios de animais. As olimpíadas atuais se transformaram num grande espetáculo esportivo com cunho comercial, cujo ideal ficou subjugado pela contagem dos louros e pela ganância dos cartolas. O lema do barão de Cobertin, fundador dos jogos da era moderna, de que “O importante não é vencer, mas competir” hoje em dia só serve como consolo às delegações que menos se sobressaem. Infelizmente, a delegação tcheca é uma delas. Os tempos dos grandes campeões e heróis olímpicos de origem tcheca ficaram para trás. O mais famoso desses campeões foi o corredor Emil Zátopek, apelidado de “A máquina humana”. Nos jogos de 1952, ele ganhou três medalhas de ouro. Uma pela corrida de 5 mil metros, outra pela corrida de 10 mil metros e a terceira pela conquista da maratona, a prova mais difícil de todas. Depois de Zátopek, nenhum atleta repetiu o feito. Na mesma olimpíada, a atleta Dana, mulher de Zátopek, conquistou para os tchecos mais uma medalha de ouro no arremesso de dardo. E, se a exemplo dos tempos antigos, a música também competisse, os tchecos teriam engrossado o quadro de medalhas nos jogos de 1932, realizados em Los Angeles. Foi quando o compositor tcheco Josef Suk faturou a medalha de prata num concurso para escolha da música oficial da abertura dos jogos. Sua marcha festiva “Vida Nova” foi executada várias vezes durante o evento. É uma pena que tudo isso tenha ficado no passado. Resta torcer para que os dias de glória retornem. Para que muitas medalhas voltem a abrilhantar o peito dos nossos atletas e encher o povo tcheco de alegria e orgulho, como ocorreu muitas vezes, em tempos idos.
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