sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Notícias da República Tcheca - Editada dia 27 de novembro de 2009

Há 20 anos, no dia 17 de Novembro de 1989, um movimento popular derrubou o regime comunista, patrocinado pela antiga União Soviética, que governava a Tchecoslováquia havia 40 anos. Caracterizado pela opressão policial, o regime perseguia implacavelmente todos os opositores, especialmente intelectuais, escritores e artistas. No campo econômico, os resultados eram catastróficos. Todas as indústrias, comércio e serviços, eram estatais e todos os trabalhadores eram funcionários públicos e como tal não existia para eles estímulos para aumentar e melhorar a produção. Faltava tudo no mercado, até comida. A insatisfação popular culminou naquele Novembro de 1989 em manifestações na capital e em outras grandes cidades, com a participação de milhões de pessoas. Eram demonstrações pacíficas mas de muita força moral, apelidadas posteriormente de Revolução de Veludo. Um dos líderes do movimento foi o escritor Vaclav Havel que passou vários anos em prisões comunistas e que mais tarde foi eleito presidente da República. O lema da Revolução de Veludo foi “O amor e a verdade devem vencer a mentira e o ódio”. Passados esses 20 anos, uma pesquisa revela que parte da população tcheca esqueceu das dificuldades do regime passado, substituído pelo regime democrático e pela sociedade de consumo. E hoje, apesar da prosperidade da população, existem críticas à situação atual. É uma característica do ser humano sempre reclamar e estar descontente. A principal crítica se refere ao lema da revolução: “O amor e a verdade devem vencer a mentira e o ódio” que é incontestável no seu conteúdo, mas muito difícil de ser implantada numa sociedade contemporânea.


Na última semana de novembro o presidente tcheco, Vaclav Klaus, visitou o Brasil em missão oficial. Um dos itens do programa do presidente foi o encontro no dia 24, com a comunidade tcheca, residente em Brasília. O encontro ocorreu no salão principal da Embaixada Tcheca, repleto de patrícios. Nos discursos, abertos pelo embaixador Ivan Jancarek, o presidente cumprimentou os presentes e discorreu sobre a viagem pelo Brasil. A primeira dama, Dona Livia, completou a fala do marido com palavras simpáticas. Por último o professor Bohumil Med, na posição de presidente da Sociedade Cultural Brasil – República Tcheca, esclareceu ao nobre visitante e comitiva os objetivos e feitos dessa associação. O presidente elogiou a pureza da língua tcheca do orador que, apesar dos 41 anos vividos no Brasil, conserva uma pronúncia impecável. A parte musical ficou a cargo da virtuosa violinista Ludmila Vinecka que acompanhada pela pianista Elza Gushikem, encantou os presentes com belos trechos de Dvorak, famoso compositor tcheco. Simpático, o casal presidencial abandonou o protocolo e conversou animadamente com todos os presentes enquanto posava para inúmeras fotos.