sexta-feira, 30 de junho de 2017

Notícias Tchecas

   
     A língua tcheca é um idioma eslavo, assim como o russo, o polonês, o búlgaro e outros. Além do território tcheco, a língua é falada por emigrantes e descendentes tchecos espalhados pelo mundo. Nos Estados Unidos são quase cem mil; em Brasília, trinta pessoas, incluindo o pessoal da embaixada. A língua origina dos antigos eslavos, da qual se separou no final do século dez, e, no século doze, já era uma língua estruturada. Na idade média, a língua ganhou requinte e erudição e era falada também nas regiões vizinhas do Reino Tcheco. Além da versão oficial da língua, existem alguns dialetos. Na Morávia, por exemplo, são falados três dialetos regionais. Há outro dialeto tradicional, falado na fronteira ocidental, na região de Chodsko.
     
   A maior dificuldade gramatical da língua é o uso das letras i e y, além da pronúncia da letra r com acento, que só o tcheco nativo consegue pronunciar bem. As palavras sem vogais também criam dificuldade para um aprendiz do tcheco. Incluindo as letras com vários tipos de acentos, o alfabeto tcheco conta com quarenta símbolos. Alguém se candidata a aprender essa linda língua??

    
A sociedade civilizada produz cada vez mais lixo. Isso é consequência do aumento da qualidade de vida e do poder aquisitivo da população mundial. O problema é o que fazer com esse lixo. Uma solução parcial é a reciclagem, cuja prática vem crescendo. Os campeões da reciclagem são os tchecos que, no ano passado, conseguiram reciclar 94 % do papel usado, poupando assim 2 milhões e 100 mil árvores que seriam derrubadas para fabricar essa quantidade de papel.
Outro material campeão de reciclagem são os vidros e as embalagens plásticas. No total 75% cento de todo lixo na República Tcheca é reciclado, uma das maiores percentagens do mundo! O governo e as prefeituras colaboram colocando à disposição da população 307 mil containers coloridos, todos bem perto das residências, facilitando assim para as donas de casa descartar cada tipo de lixo no container certo.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Notícias Tchecas




     
     Em 9 de junho foi aberta, na cidade de Astana, na República do Cazastão, no centro da Ásia, a exposição mundial EXPO 2017, com a presença de 115 países expositores. O pavilhão tcheco, de dois andares, tem a forma de um avião com propulsão elétrica. O tópico da exposição tcheca é o uso da tecnologia para diminuir a poluição. Mostra como exemplo um ônibus elétrico, uma usina elétrica que gera energia de lixo processado,  ou uma casa auto-suficiente na produção e consumo da energia. Naturalmente que no estande não poderia faltar um pequeno restaurante servindo comida típica tcheca, regada com a famosa cerveja tcheca. A exposição, que aguarda cinco milhões de visitantes, está aberta até 10 de setembro.


   No inverno, Slalom é uma disciplina esportiva caracterizada pela descida da montanha nevada, em que os esquiadores seguem por um traçado cheio de curvas. No verão, o slalom é uma disciplina aquática. Os caiaques e canoas descem por fortes corredeiras também seguindo o traçado preestabelecido. No final da segunda semana de junho foi realizado em Praga o campeonato mundial de Slalom aquático.  Os tchecos ganharam quatro medalhas, entre elas duas de ouro. Assim, compensaram a falta de medalhas no slalom na neve.

     Realizou-se no dia 17, na cidade de Brtnice, na República Tcheca, o décimo festival Internacional de Ferreiros. O evento ocorreu no parque do convento local e contou com a participação de 130 artistas, que executaram suas criações na presença do público. Revezando-se nos cinco fogareiros disponíveis, mostraram como transformar pedaços de ferro em objetos de arte. Provaram que essa profissão medieval,  mesmo usando as ferramentas históricas, continua atual.                

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Notícias Tchecas

     
    Faleceu no dia 31 de maio, aos 71 anos, Jiří Bělohlávek, um dos mais importantes maestros tchecos dos últimos anos. Formado em violoncelo e regência pelo Conservatório Estatal de Praga e Academia de Artes Musicais em Praga, com 24 anos ganhou o primeiro concurso nacional e, no ano seguinte, foi finalista do famoso concurso de regentes Herbert Von Karajan. Com 26 anos assumiu o cargo de regente da Filarmônica Estatal de Brno, a segunda mais importante orquestra do país.

   Esse foi o começo da carreira vitoriosa nos palcos mundiais, regendo as principais orquestras. Um dos postos de maior destaque que ele ocupou foi o de maestro titular e diretor da Orquestra Sinfônica da BBC de Londres, que lhe rendeu, além de entusiasmadas críticas e admiração dos próprios músicos, uma condecoração da rainha da Inglaterra de Comendador da Ordem do Império Britânico.


  Como regente cosmopolita, Belohlavek não esqueceu as origens. Na programação das suas apresentações sempre prestigiava compositores tchecos, não somente os famosos, como fez com Bohuslav Martinu.

 O maestro gravou muitos discos, ganhou prêmios como Doutor Honoris Causa, foi professor da principal faculdade de música tcheca, dirigiu óperas e presidiu concursos e festivais internacionais.


  Em 2012 voltou a chefiar a Filarmônica Tcheca, devolvendo a ela a excelência e o glamour do passado. Jiří Bělohlávek, maestro internacional   de primeira grandeza, percorreu o mundo colhendo os louros e no final voltou à pátria onde terminou sua caminhada vitoriosa.



sexta-feira, 9 de junho de 2017

Notícias Tchecas

LÍDICE! 

   Lídice, belo e carinhoso nome feminino. Levado por centenas de mulheres brasileiras da América Latina. Mas de onde veio? Os que conhecem a historia da Europa talvez saibam que em outros tempos Lídice foi o nome duma vila perto de Praga, capital da Tchecoslováquia.
  
  No ano 1942 o país ficou ocupado pela Alemanha nazista. Os planos perversos dos nazis deram certo por alguns anos. Entre outros por falta de vontade dos países democráticos desenvolvidos de enfrentar o mal e pelo medo da nova guerra. Adolf Hitler o calculou bem. 

 Após o “Anschluss” da Áustria, ele ocupou primeiro a Tchecoslováquia, uma pequena potência econômica no centro da Europa e nesse tempo, o único país democrático ao leste do Reno. Foi só depois, quando o exército alemão reforçou o seu arsenal com armas tchecas, que Alemanha (com a contribuição da União Soviética) destroçou a Polônia, antes de atacar  com ainda mais força e eficiência militar as potências democráticas da Europa Oeste, as quais na primeira metade do século XX determinavam a política da maior parte do mundo.
   
  A vida dos tchecos nos territórios ocupados  piorou quando Reinhard Heydrich  foi nomeado o novo “Protetor” deles. Heydrich – além de outro responsável pelo plano do extermino dos Judeus – foi o terceiro mais poderoso homem do “Reich”, depois de Hitler  e Himmler. A sua tarefa e ambição pessoal foi de domar os rebeldes tchecos nas terras que os nazistas já automaticamente consideravam como alemãs. As sabotagens nas fábricas  e nas ferrovias influenciaram a capacidade das forças ofensivas do exército alemão. Logo após sua chegada à Praga, Heydrich decretou a lei marcial sobre o “Protetorado” e a Gestapo apertou as suas atividades e crueldade.
   
  Quando Heydrich fez deter e assassinar mesmo as mais respeitadas elites da ex-Tchecoslováquia – sim, eles participaram na resistência anti-nazista – o governo tcheco, exilado em Londres, decidiu devolver o golpe. Apoiados pelos peritos do exército britânico, um grupo de paraquedistas tchecoslovacos foi treinado, equipado e enviado ao território do “Protetorado”. A operação recebeu o código secreto de “Anthropoid”. Em maio de 1942 eles perpetraram o atentado a  Reinhard Heydrich.

  Desencadeou-se um furor horrível dos nazistas. A morte do terceiro homem do “Reich”, e no coração do território deles! Milhares de patriotas tchecos foram executados. Membros da resistência, e mesmo gente civil inocente.

  No dia 10 de Junho de 1942, uma unidade de choque da Gestapo e do exército “SS” invadiu a vila de Lídice, que tinha aparentemente uma ligação com os paraquedistas. Só meses depois se soube do indício falso. Mas os nazistas se vingaram e  precisavam mostrar resultados, em busca dos paraquedistas. Os homens foram executados, as mulheres deportadas ao campo de concentração do Ravensbruck. A maioria das crianças foi deportada para outro campo, só algumas, com características arianas, foram trasladadas para “re-educação” com famílias alemãs. Um pouco das mulheres e das crianças sobreviveram à guerra. Os prédios foram queimados e detonados pelos ares. O nome de “Lídice” devia ser obliterado do mapa e esquecido.

"Monumento às Crianças Vítimas da Guerra" esculpido por Marie Uchytilová em 1969

  Não foi. Ao ouvir da tragédia de Lídice, uma onda de solidariedade se mostrou no mundo. Muitas mulheres na América Latina deram o nome de Lídice as suas filhas. E mesmo algumas cidades em vários países adotaram o nome – como uma vila no Estado do Rio de Janeiro. Assim, Lídice vive em aqueles nomes. Inclusive a vila theca de Lídice foi reconstruída.

Campos gramados de Lidice, na República Tcheca (foto: Dagomir Marquezi / DMP)
Nestes dias se comemoram 75 anos do ato no qual os nazis aniquilaram Lídice.

Lídice fica como símbolo lembrando para sempre que as democracias nunca devem ceder às ditaduras e terrorismo e devem estar dispostas a enfrentá-las. A história da Segunda-Guerra mundial dá até agora a lição de como custou caro às democracias retroceder frente ao mal, à violência e ao terror.


Jiří Havlík
Embaixador da Tchéquia

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Notícias Tchecas

  Jornais de São Paulo noticiaram que mais um turista se perdeu em florestas brasileiras. Desta vez foi na Ilha Grande e a vitima foi um turista tcheco que queria subir no Pico de Papagaio, mas, no meio do caminho, se perdeu. Equipes de socorro que incluíram exército e bombeiros vasculharam por três dias toda a área e finalmente encontrou o desaparecido, exausto mas vivo. Depois de alguns dias no hospital ele recuperou as forças, agradeceu aos seus salvadores e voltou feliz para a pátria.

    
  Na República Tcheca, o perigo de algum turista se perder é bem menor. Lá o turismo é um  esporte muito apreciado e bem organizado. Existe o Clube de Turistas, fundado há cem anos, formado por voluntários, apreciadores de natureza, que abrem trilhas no meio das florestas e sinalizam o caminho com marcas coloridas pintadas em arvores, pedras grandes ou outros pontos fixos que ladeiam o caminho a percorrer. Havendo mais trilhas na mesma região, as cores sinalizadoras variam. Assim sendo, o perigo de alguém se perder é mínimo. Hoje existem na República Tcheca milhares de quilômetros de trilhas sinalizadas. O sucesso desse sistema é tanto que vários países começam a copiar a marcação colorida das trilhas. No Brasil surgiu uma iniciativa dessas em Mato Grosso do Sul, onde o cônsul honorário tcheco senhor Evandro Trachta inaugurou 40 quilômetros de trilhas marcadas. Falta copiar o sistema no resto do Brasil, garantindo assim maior segurança aos amantes da natureza.