sexta-feira, 28 de julho de 2017

Notícias Tchecas

O desemprego castiga várias economias no mundo, deixando muitos trabalhadores, das mais variadas categorias, fora do mercado de trabalho. Mas o oposto, a baixa percentagem de desempregados também é prejudicial. A falta de trabalhadores freia o aumento da produção nas indústrias e provoca uma pressão para aumento de salários, cujo efeito é o aumento da inflação. Esse é o caso da economia na República Tcheca, onde o nível médio do desemprego gira em torno de 4%, caindo, em algumas regiões, para 2,5%. A situação está sendo parcialmente solucionada com a contratação de estrangeiros, especialmente idos da Ucrânia. No comércio, são muitos os vendedores que não dominam a língua tcheca. A mesma situação se repete nos restaurantes, onde garçons mal conseguem entender o pedido dos clientes nativos. Isso sem falar sobre o comércio nas mãos de vietnamitas, que dominam núcleos comerciais tipo a feira de importados. Na relação entre vagas disponíveis (62%) e número de desempregados, a República Tcheca ocupa o 2º lugar no mundo, ficando atrás somente do Japão, onde a taxa de desemprego é ainda menor.

    

Uma das principais competições mundiais de ciclismo é o Tour de France. Durante três semanas, os melhores atletas pedalam por ruas, estradas, subindo morros e passando por curvas perigosas, para provar quem é o melhor ciclista dessa difícil competição. Os tchecos, apesar de não figurarem entre os vencedores, estarão presentes no pódio da premiação.  Desde 2011, os troféus são fabricados por artistas tchecos de uma tradicional fábrica na cidade de Cvikov, na região Ceska Lípa, famosa mundialmente pela produção de objetos decorativos feitos do cristal tcheco. O troféu deste ano, largo na sua base, representa o grande número de competidores que iniciam a corrida. E o topo do troféu, bem estreito, representa o vencedor. Com altura de 60cm e peso de 4 kg, o troféu é lapidado em um bloco de cristal que reflete a luz, parecendo uma jóia lapidada num grande diamante.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Notícias Tchecas


   No último dia 18, a Embaixada da República Tcheca em Brasília ofereceu um coquetel em comemoração ao Dia das Forças Armadas da República Tcheca. Todo país tem orgulho dos seus exércitos, soldados e generais que o defendem contra invasores. A história tcheca é repleta de feitos heroicos e de grandes vitórias. No século XV, por exemplo, as tropas dos husitas, que defendiam as ideias reformatórias do herói nacional Jan Hus, venciam exércitos muito mais numerosos dos reis católicos e papais graças à coragem e à técnica militar inovadora da época. A maior derrota do exercito do reino tcheco aconteceu em 1620, na Montanha Branca, perto de Praga, que resultou na perda da independência do país por 300 anos. 
Durante a Primeira Guerra Mundial, as Legiões Tchecas que lutaram contra as tropas do Império Austro-Húngaro provaram, através da sua coragem, que o povo tcheco merecia recuperar a independência, conquistada tempo depois. Durante a Segunda Guerra Mundial, pilotos tchecos lutaram heroicamente ao lado dos ingleses em famosa batalha aérea sobre Londres.

     “Atualmente o Exército tcheco, menos numeroso do que antigamente, porém forte, bem treinado e totalmente profissional, é a garantia da capacidade defensiva do país”, afirmou o Embaixador da República Tcheca, Jiri Havlík, em pronunciamento durante a solenidade.
Destacou que a integração do exército tcheco no sistema defensivo da OTAN, da qual o país faz parte, fortaleceu a segurança externa do país. Concluiu falando sobre a importância e o enorme potencial de cooperação mútua com o exército do Brasil, a troca de tecnologias militares e dos projetos comuns da indústria de defesa, que vão beneficiar ambas as partes.  



sexta-feira, 14 de julho de 2017

Notícias Tchecas


        Em julho comemora-se na República Tcheca um dos mais importantes acontecimentos da história nacional: a chegada dos missionários gregos Cyril e Metodej ao território tcheco em 863 depois de Cristo.


        Segundo a história, no século 9 existia no centro da Europa, um estado eslavo chamado “Império Grande Morávia”. Fundado entre os anos 833 e 836 pelo príncipe Mojmir I, esse império abrangia as tribos eslavas, tchecas, polonesas, eslovacas e outras de regiões próximas ao mar Báltico. Os vizinhos germânicos, com pretexto de expandir o cristianismo nos territórios do Império Grande Morávia, onde naquela época cultuavam-se deuses antigos, tentaram ocupar esse território. Para impedir a ocupação germânica, o príncipe Rastislava, sucessor do fundador Mojmir, convidou dois missionários gregos, Konstantin, também chamado Cyril, e Metodej, para a tarefa de cristianizar o território do Império.
Os dois missionários gregos dominavam a língua dos Eslavos da Macedônia que era bem parecida com a língua que a população falava. Além de catequizar o povo, eles elaboraram uma escrita própria para qual traduziram os principais textos litúrgicos (Hoje essa língua é conhecida como antiga língua dos eslavos).
O trabalho dos missionários foi reconhecido em Roma pelo Papa, que nomeou Metodej como arcebispo e autorizou a celebração das missas em língua eslava, e não mais em latim como era praxe da Igreja Católica. O uso, na liturgia, de língua compreensível ao povo foi fundamental para a rápida conversão ao cristianismo. Esse fato gerou grande insatisfação aos bispos da Bavária, vizinha ocidental do Império Eslavo, que mandaram prender Metodej, já que este havia perdido o apoio dos governantes sucessores.
    
       Após a morte de Metodej seus seguidores foram perseguidos e expulsos do Império.

    A maior contribuição deixada pelos dois missionários foi, principalmente, a introdução da nova escrita que serviu de elo entre os povos eslavos e o uso da língua nativa da liturgia católica. O legado de Cyril e Metodej foi fundamental para a preservação da consciência eslava entre o povo tcheco, que venceu a milenar opressão dos vizinhos germânicos e conseguiu resgatar sua independência cultural e territorial.

         

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Notícias Tchecas

     No dia 6 de julho os protestantes tchecos se lembraram da morte trágica de Jan Hus, primeiro grande reformador religioso tcheco, ocorrida em 1415. Jan Hus antecipou as idéias de Martinho Lutero, que somente no ano 1517, cem anos depois, publicou seus 95 argumentos contra o comportamento da igreja Católica.
Jan Hus, que além de padre foi escritor, pregador e professor universitário, iniciou um movimento reformador que criticava os maus costumes da Igreja Católica, tais como: a venda de perdões, a vida imoral dos padres e a exploração do povo pela igreja. O povo adorava seus sermões e suas idéias se espalhavam rapidamente pelo reino tcheco.

     Esse movimento provocou descontentamento na alta hierarquia da igreja Católica. Convidado para defender suas teses perante o Concílio da Igreja Católica na cidade suíça de Constância, foi condenado como herege e no dia 6 de julho de 1415 foi queimado na fogueira.Sua morte provocou um levante no reino tcheco e resultou na instalação do primeiro estado protestante da Europa que prevaleceu por cerca de 200 anos, até o ano 1620 quando, numa batalha na Montanha Branca situada perto de Praga, as tropas protestantes tchecas foram derrotadas pelo exército católico, liderado pelo imperador austríaco que incorporou o reino tcheco e proibiu a fé protestante.

A importância do mestre Jan Hus lhe é atribuída não somente como precursor do protestantismo na Europa. Jan Hus também reformou a estrutura administrativa da Universidade do Rei Carlos IV, da qual foi reitor, garantindo aos professores de origem tcheca o poder de decisão. Publicou vários livros com temática religiosa e promoveu reformas na escrita da língua tcheca. Participou ainda da tradução da Bíblia para a língua tcheca. Influenciado pelas idéias do reformador inglês John Wycliffe defendeu a justiça social, o humanismo e a importância do raciocínio como pré-requisito de emancipação do indivíduo. Outra contribuição de Jan Hus foi a reintrodução da língua tcheca no canto litúrgico durante as missas, permitindo assim maior participação do povo nos rituais religiosos.