sábado, 25 de março de 2017

Notícias Tchecas

    Faleceu, no dia 18 de março, o cardeal tcheco Miloslav Vlk. Aos 84 anos perdeu a batalha contra o câncer de pulmão e de ossos. Vlk formou-se originalmente na Universidade Carlos, em Praga, na especialidade de arquivista. Em 1964 entrou para o seminário e, em 1968, recebeu o grau de padre. Exerceu a função nas pequenas vilas do interior, mas, em 1978, o governo comunista proibiu-lhe de exercer o sacerdócio. Ele foi trabalhar como lavador de janelas, mas, secretamente, continuou a rezar missas. Em 1º de janeiro de 1989, após a queda da ditadura comunista na República Tcheca, ele recebeu de volta a licença para exercer a função de padre. Um ano depois foi nomeado bispo. Em 1991 foi promovido a arcebispo de Praga e, em 1994, foi nomeado cardeal e como tal participou, como único tcheco, do conclave para eleger o papa Bento XVI. A importância do falecido cardeal não se restringiu à igreja católica. Com sua seriedade e prestígio, ele participou ativamente da complexa problemática social na Repúb
   Após dois dias de exposição, o corpo do cardeal será depositado hoje na capela dos arcebispos falecidos, na Catedral de São Vit no castelo de Praga. Para a solenidade fúnebre são aguardados arcebispos e cardeais dos países vizinhos, além de políticos, artistas, autoridades e principalmente os católicos tchecos para os quais o Vlk foi um exemplo de padre e pastor, sempre preocupado com o povo. Infelizmente, o presidente tcheco Milos Zeman não esqueceu as divergências que teve com o dignitário católico e anunciou sua ausência na cerimônia fúnebre.


sexta-feira, 17 de março de 2017

Notícias Tchecas

  Uma manifestação realizada em fevereiro em frente à sede do partido comunista tcheco lembrou os 69 anos do golpe que acabou com o sistema democrático na República Tcheca e instalou a ditadura, marcada por prisões e julgamentos arbitrários que vitimaram pessoas inocentes. Para lembrar a opressão, os manifestantes colocaram na calçada 20 figurinos humanos com cabeças manchadas de vermelho, simbolizando o sangue derramado pelos opositores do regime.


     O lançamento do livro Música é coisa séria ... mas nem sempre, do professor Bohumil Med, realizado na noite de 10 de março na Casa Thomas Jefferson, em Brasília, foi um sucesso. O belo salão de exposições decorado com quadros da mostra Ecletismo da Arte e o duo de violino e violão tocando música internacional e brasileira receberam os convidados, que compareceram em grande número.
Logo no início formaram-se duas filas, uma para comprar o livro e outra para receber o autógrafo do autor. Para dar mais brilho ao evento, o embaixador da República Tcheca no Brasil, Jiri Havlik, pronunciou um discurso abrindo oficialmente o evento. O embaixador da Eslováquia, Milan Cigan, e esposa, também prestigiaram o autor, natural da República Tcheca,  país   vizinho. 
Autoridades, maestros, músicos, apreciadores de música, intelectuais e amigos do autor aguardavam pacientemente na fila de autógrafos, curtindo o som do conjunto e conversando com os amigos que encontraram na ocasião. Sem dúvida foi um dos eventos mais concorridos nos últimos meses. O mérito do sucesso da noite deve ser dado à perfeita organização da equipe da MusiMed e da Casa Thomas Jefferson coordenada pelo incansável produtor sociocultural Luiz Carlos Costa.


quinta-feira, 9 de março de 2017

Notícias Tchecas

     A chamada na capa da revista Concerto deste mês para um artigo assinado pelo conceituado maestro brasileiro Júlio Medaglia é: um tcheco no Brasil. O homenageado pelo texto é Frank Smit, cuja biografia foi lançada recentemente com o título Frank Smit, o violinista. Smit nasceu em 1892 na República Tcheca, estudou violino em Praga e em Viena onde alcançou seus primeiros sucessos em concertos e recitais. Passou várias temporadas na Rússia. Lá tocou, lecionou, se tornou diretor do conservatório em Kharkovm, e se casou com a filha de um nobre russo.  De dote ganhou um caríssimo violino italiano, construído por Guarneri Del Gesù. Sua parada seguinte foi o Oriente quando passou pela Indonésia e pelo Japão. Voltou à Europa fixando-se na Alemanha.
     Sua história não terminou ali. O grande presidente brasileiro Washington Luís, homem extremamente culto, resolveu incentivar o ensino musical no Brasil. Aconselhado por Otakar Sevcik, famoso pedagogo tcheco residente em Viena, escolheu Frank Smit, que, em 1927, assumiu o primeiro violino do Quarteto Brasil. Quando a Rádio Cultura se mudou para o então recém construído e moderníssimo Palácio do Rádio em São Paulo, Frank foi convidado para ser o diretor artístico e lá desenvolveu por longos anos uma programação de alta qualidade. Em 1959, quando Tatiana, sua mulher, faleceu, ele caiu em depressão e resolveu rever as raízes. Voltou para sua pátria. Em 1962, após dar um recital em Praga, saiu a pé pela cidade, admirando os magníficos monumentos históricos da idílica capital. Sentou-se num banco de praça e alí deixou o mundo.
     Frank Smit foi uma pessoa importante no movimento cultural da capital São Paulo. Foi grande divulgador da música brasileira. Colaborou com Villa-Lobos, Souza Lima e Camargo Guarnieri, entre outros. Mas os anais preferem lembrar mais de políticos do que de artistas honestos. O maestro Medaglia, autor do artigo, lamenta que não haja em São Paulo nem mesmo uma rua com o nome desse importante músico. Destino parecido, isto é, o esquecimento, também lhe foi reservado num dicionário de compositores e artistas tchecos, de mais de duas mil páginas.  Esse artista que levou ao mundo o nome da cultura tcheca não mereceu sequer uma linha de citação.


sexta-feira, 3 de março de 2017

Notícias Tchecas

  A páscoa pode ser comemorada de várias maneiras, com ovos de chocolate, bolos especiais, bacalhau e similares. Menos comum é comemorá-la com cerveja, especialmente se for no Vaticano. Mas toda regra tem exceção. Nestes dias a fábrica de cerveja tcheca Pilsen preparou um lote especial para um cliente nobre. O Papa Francisco encomendou duas mil garrafas da cerveja Pilsen Urquel destinadas à comemoração da páscoa na sede da Igreja Católica. Tratando-se de cliente VIP, além dos procedimentos técnicos, o bispo da cidade de Pilsen abençoou os mestres cervejeiros e o seu produto durante a fabricação. E não foi a primeira vez que a fábrica Pilsen atendeu ao pedido de um papa, esta foi a sétima vez consecutiva.

     “Música é coisa séria ... mas nem sempre” esse é o título do novo livro do professor Bohumil Med que será lançado no dia 10 de março das 18h30 às 21h na Casa Thomas Jefferson da 706/906 Sul. Bohumil nasceu na República Tcheca onde se formou no Conservatório de Música em Praga, mas vive no Brasil desde 1968. Tocou e lecionou trompa e disciplinas teóricas na UniRio e na Universidade de Brasília. Como músico profissional vivenciou quase todas as formas da música. Acrescentou essas experiências pessoais à profunda pesquisa de muitos anos para apresentar no bem humorado livro o lado pitoresco dessa arte. O autor conta histórias e fofocas. Faz críticas e elogios focados em toda a classe, sem poupar compositores nem maestros. Inspiradas caricaturas ilustram o divertidíssimo livro. Lembrando: lançamento dia 10 de março, sexta-feira, na Casa Thomas Jefferson, SEP Sul 706/906.