sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Notícias Tchecas – para 30/08/2014

Acaba de chegar ao Brasil o mais famoso livro do escritor tcheco Jaroslav Hasek, cuja principal figura é o Soldado Svejk. Seguindo os passos de grandes personagens da literatura que deixaram pegadas em dicionários de diversas línguas, como é o caso, em português, de quixotismo (de Dom Quixote) e  bovarismo (de Emma Bovary) duas maneiras de negar a realidade, a palavra “svejk”, segundo opinião da revista VEJA, seria uma indicada pra também integrar o nosso vocabulário. Ela designa aqueles que, parecendo simplórios e submissos, se especializam em driblar a ordem, ou subvertê-la a partir de dentro.  
O romance que a originou chama-se “As Aventuras do Bom Soldado Svejk”. Jaroslav Hasek nasceu em 1883 e, apesar de ter vivido relativamente pouco – morreu com apenas 39 anos –, tornou-se uma espécie de monumento literário nacional – e também garantiu seu espaço no cânone universal. Como pessoa, ele era constitucionalmente alérgico a qualquer estrutura de poder. Como temperamento, era um encrenqueiro, hóspede constante de delegacias de polícia. E por filosofia, era um anarquista ou até mesmo um cínico à moda de antigamente. O livro dele sobre o soldado Svejk é uma espécie de crítica geral às instituições. Muitos críticos encontram surpreendente afinidade entre Hasek e o concidadão Franz Kafka. O hiper-refinado Kafka e o desbocado Hasek teriam, ambos, atinado com uma mesma imagem: o mundo como uma gigantesca organização hierárquica regida pelo absurdo.