sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Notícias Tchecas



     Em 1948, entre os dias 17 e 25 de fevereiro, o partido comunista tcheco, liderado por Klement Gottwald, promoveu um golpe de estado que transformou o país democrático numa cruel ditadura. O momento decisivo foi no dia 25, quando houve uma grande manifestação na Praça da Cidade Velha, em Praga, na presença de milícias populares armadas, recrutadas em fábricas e tropas da polícia. Com esse suporte Gottwald pronunciou um discurso informando que o presidente Eduard Benes aceitava exigir a renúncia dos ministros do governo pós-guerra e a nomeação de substitutos indicados por Gottwald. O novo regime, apoiado pela União Soviética instalou o terror. Organizou falsos processos que culminavam em pena de morte, nacionalizou a indústria e o comércio, confiscou as propriedades rurais e criou cooperativas agrícolas no estilo dos kolchoz russos (fazendas agrícolas coletivas). Em pouco tempo a economia do país entrou em colapso. Começou a faltar tudo, inclusive comida. O prometido paraíso comunista faliu. Foram necessários 40 anos de sofrimento para acabar com o falso bem estar promovido pelo comunismo e permitir ao país voltar a respirar livremente, sem medo da polícia secreta e da perseguição ferrenha dos órgãos da repressão política.
   

A maior surpresa dos Jogos Olímpicos de Inverno deste ano, realizados na Correia do Sul, foi a medalha de ouro conquistada pela esportista tcheca Ester Ledecka no super slalom, modalidade em que ocupava a 28ª posição. Sem nenhuma expectativa, ela desceu o difícil traçado totalmente relaxada, brincando com as dificuldades da prova. Nem acreditou quando viu anunciado o melhor tempo da prova e a inesperada medalha de ouro para a delegação tcheca. Ester é especialista no snowboard, aquela prancha que substitui o esqui. Nessa disciplina ela está bem cotada. Poderá ganhar mais uma medalha.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Notícias Tchecas


    As comemorações dos 100 anos da fundação, em 1918, da antiga Tchecoslováquia começaram no início de janeiro e se estenderão pelo ano inteiro. No Castelo de Praga foi aberta uma exposição com documentos relativos à historia do país. Relíquias, livros antigos, diplomas, decretos e objetos desde o século XI registram a transformação do principado em reino tcheco. Várias dessas preciosidades estão sendo apresentadas para os visitantes pela primeira vez. Completam a exposição tesouros encontrados nas tumbas dos antigos reis.


      de janeiro de 1993 é uma data importante na história do país. Depois de longas conversas e complicadas negociações a então Tchecoslováquia foi dividida em dois países independentes: a República Tcheca e a República da Eslováquia. Diferentemente do que ocorreu com vários países que foram desmembrados, o divórcio entre tchecos e eslovacos aconteceu sem traumas, sem agressões, sem guerra. Os 25 anos da independência dos dois países eslavos, lembrados neste início de 2018, mostraram-se como a melhor solução para as duas partes, que aprenderam a caminhar sozinhas e a desenvolver indústrias e comércio independentemente dos ex-parceiros. Mesmo com uma fronteira que separa os dois países, o relacionamento pessoal entre seu povo transcorre em clima de amizade e respeito mútuo. Prova disso é a recepção a ser oferecida pela Embaixada da Eslováquia em comemoração a essa data, que ocorrerá no fim desde mês, para a qual, vários tchecos residentes em Brasília foram convidados, inclusive este comentarista.




sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Notícias Tchecas



Um dos mais importantes artistas tchecos, o ator e diretor cinematográfico Jiri Menzel, receberá o prêmio Câmara Berlinense no festival Cinematográfico de Berlim, que começa no dia 15 de fevereiro. Essa comenda é destinada a personalidades artísticas que se destacaram na história desse famoso festival. Entre os agraciados no passado constam nomes como o ator e diretor Clint Eastwood, o diretor Sydney Pollack e atriz e diretora Jodie Foster, o que demonstra a importância da condecoração. 
     

No último sábado, 3 de fevereiro, começaram na República Tcheca as festividades de Carnaval com desfiles de máscaras. Em muitas cidades, incluindo a capital Praga, as praças e avenidas receberam alegres mascarados animados por bandas que tocaram músicas tradicionais no estilo das marchinhas carnavalescas. A tradição carnavalesca tcheca é antiga, os registros históricos já a detectam no século XIII. As festividades seguiram no domingo, continuarão neste final semana e se estenderão até a próxima semana. Para aquecer e abastecer os foliões, vários quiosques vendem cerveja, cachaça tcheca e até bebidas sem álcool. A comida preferida é a carne de porco – nada light – em várias formas. Mas também, com aquele frio de lascar, é preciso repor as energias. Um dos tópicos do Carnaval tcheco são os bailes, muitos deles com foliões escondendo a identidade atrás de mascaras.  O que falta no Carnaval tcheco são os grandes carros alegóricos, os desfiles das escolas de samba e principalmente as sambistas de pouca roupa e com evoluções artísticas nos pés.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Notícias Tchecas


     No último sábado, 27 de janeiro, foram concluídas as eleições para o posto de presidente da República Tcheca. O atual presidente, Milos Zeman, obteve pequena vantagem dos votos e será reconduzido ao cargo para mais cinco anos. Defensor incondicional da política expansionista russa, estadista imprevisível, autor de gafes incompatíveis com o cargo ocupado, inimigo da imprensa e portador de hábitos pessoais pouco recomendáveis... Tudo isso foi perdoado pelo eleitor tcheco, que viu na pessoa de Zeman a imagem de um cidadão comum. O que não deveria ser perdoado é essa simpatia pelo comunismo russo que tão mal fez ao povo tcheco quando ocupou o país com tanques, prendeu e torturou patriotas e levou a economia tcheca à bancarrota. O candidato perdedor, Jiri Drahos, professor universitário com vários títulos, trabalhos publicados em várias línguas é o representante da parte culta do povo tcheco. Suas qualidades intelectuais e extrema seriedade o qualificariam para o cargo, mas, mais uma vez, ficou provado que o povo não gosta dos intelectuais. A população tcheca perdeu uma oportunidade de eleger uma personalidade com reconhecimento e o respeito dos principais lideres mundiais, que, certamente, reforçaria o peso da Tchequia na União Europeia e nos órgãos culturais mundiais. Uma pena! Uma oportunidade perdida! Esse é o lado negativo da democracia.